Minhocas bem tratadas em todas as escolas participantes do Geração+ em 2022

19/09/2022

Em agosto alunos e alunas das cidades paulistas de Arealva, Bariri, Boraceia, Iacanga e Pederneiras ganharam novas amigas: as minhocas das composteiras entregues pelo Geração+ a cada uma das escolas participantes do projeto em 2022. A implantação do kit de compostagem faz parte do percurso do tema Gestão de Resíduos Sólidos e é um dos recursos disponibilizados pelo Geração+.  Além dos anelídeos, o kit é composto por duas caixas digestoras e uma coletora e material orgânico. E para implementar esse sistema de compostagem e orientar professores e estudantes sobre os procedimentos e cuidados necessários para que os resíduos orgânicos se transformem em compostos orgânicos, cada escola recebeu a visita do gestor ambiental Diego Rizzo Vieira.

Nessas oficinas, as composteiras foram montadas e as minhocas receberam a sua primeira ‘alimentação’ fornecida pelas escolas. Antes de montar o minhocário para professores e as crianças, Diego abria uma conversa sobre natureza, ciclos e saúde e mostrava de que forma essas três acepções estão interligadas. “Após essa introdução eu falava especificamente sobre o ciclo da matéria orgânica e repassava conceitos essenciais da compostagem, explicando que a reciclagem do resíduo orgânico faz parte da coleta seletiva”, conta o gestor ambiental.

As composteiras com minhocas exigem cuidado semanal. E a ideia é que os professores combinem com as crianças um cronograma para alimentar as minhocas, controlar a umidade e calor, acompanhar o processo de transformação do composto orgânico e decidir o que será feito com o adubo produzido, que pode ser direcionado para o jardim ou horta da escola ou outro espaço da comunidade.

Em Arealva, por exemplo, uma vez por semana os alunos da professora Gabriela Paleari, da EMEF João Pereira de Souza Leão, coletam folhas secas ao redor da escola para serem colocadas na composteira. A matéria seca possui algumas funções no minhocário, como criar uma barreira para isolar os alimentos do ambiente externo, impedindo que mosquitos acessem os alimentos. “Eles estão adorando, não veem a hora de irem tratar das minhocas. E estão bem ansiosos para ver o primeiro adubo produzido”, conta a professora Gabriela. Além das folhas secas, os alunos também colocam restos de alimentos provenientes da cozinha da escola para serem compostados. “O projeto está sendo ótimo! A maioria das crianças já conhecia a diferença do lixo orgânico e inorgânico, mas em casa a família não fazia a separação do lixo. Trabalhando com eles as atividades propostas, eles começaram a ajudar os pais a separar”, comemora.

Em Pederneiras, cuidar das minhocas também despertou o senso de responsabilidade nos alunos. “As crianças estão se sentindo responsáveis com essa nova tarefa, de separar e levar o alimento para ser colocado na composteira”, relata a professora Ana Clara Mininel, da EMEF Monsenhor Celso. “Somos em duas professoras de educação ambiental e a cada momento que temos que alimentar as minhocas levamos duas turmas. E estamos registrando a data e o tipo de alimento que fornecemos a elas.”

Na EMEF Professora Anna Ruiz Fernandes Furlani, também em Pederneiras, a estratégia adotada foi colocar baldes no pátio para recolher as cascas e os restos de frutas consumidas no lanche. “Trouxe mais minhocas da minha casa e as crianças trazem resíduos das suas casas em forma de rodízio, além do que já é coletado na escola no mesmo dia”, conta a professora Natalia Cristina Venancio. O resultado de todo esse empenho foram os dois litros de biofertilizante já gerados pela composteira da escola. O líquido é extremamente nutritivo para solo e plantas e é resultante da decomposição por apodrecimento de matérias orgânicas. E para aproveitar os restos de alimentos que não cabem na composteira, Natalia e seus alunos fizeram uma cama de decomposição no jardim da escola, também conhecida como compostagem de pilha. “Primeiro forramos com papelão, depois jogamos folhas secas e cobrimos com um pouco de terra. E de tempos em tempos colocamos montinhos de alimento”, explica o aluno Raul Alborghetti Batista.  Essa forma de compostagem exige rega constante, explica Natália, e as próprias crianças estão encarregadas dessa tarefa. Toda essa experiência com compostagem vem do fato de que, antes da composteira entregue pelo Geração+, a escola já fazia essa reciclagem em um sistema improvisado pela professora Natália utilizando um aquário e um isopor separando a comida. “As minhocas do aquário foram retiradas pelas próprias crianças e incorporadas à composteira nova. Eu brinquei com os alunos que os animais iam sair da casa improvisada para morar em um edifício novo”, relata a professora.

Em Boraceia, na EMEF Professora Salete Maróstiga, as minhocas passeiam por toda a escola. Toda quinta-feira elas são levadas pela Assessora Municipal Vanessa Rosin para visitar uma sala de aula. Durante a visita os alunos as alimentam e colocam a serragem.  “Mandamos fazer um carrinho com rodinhas para colocar as caixas com um puxador para facilitar o transporte. Temos muitos alunos e todos querem ajudar a tratar, então para que todos tenham a oportunidade tivemos essa ideia. Durante a visita nós retomamos junto com os alunos quais são os procedimentos explicados pelo permacultor durante a oficina e tratamos as minhocas. Eles estão muito empolgados, todos adoraram a ideia de cuidar da composteira”, afirma Vanessa.

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